segunda-feira, 22 de agosto de 2016

DEPOIS DA FESTA, O FINAL DA NOVELA DILMA



No Balaio do Kotscho

Foi muito bonita a festa, no fim deu quase tudo certo, mas acabou.
Depois de 17 dias de competições, recordes, magia, muito choro de alegria e tristeza, campeões olímpicos cantando o nosso hino e o mundo elogiando a organização dos Jogos no Rio, em que mudamos de assunto e viramos o disco do baixo astral, hoje é dia de voltarmos à vida real.
Saem de cena os heróis da Olimpíada e voltam ao palco os atores políticos em Brasília _ se houver quorum, é claro, quer dizer, se eles aparecerem para trabalhar, depois do quarto recesso deste ano.
Na quinta-feira, dia 25, começa finalmente no Senado o último capítulo da novela do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que deve durar longos cinco dias.
Em lugar dos apoteóticos narradores esportivos, ouviremos os mesmos discursos empolados e inúteis de sempre, já sabendo que nada mudará o resultado final.
Nesse breve intervalo da Olimpíada, nossos problemas continuaram do mesmo tamanho, com mais desempregados e as mesmas incertezas sobre o futuro, e nem haveria como ser de outro jeito.
Nossos bravos políticos estão mais preocupados com a campanha eleitoral, que começou na semana passada, e ninguém percebeu.
Até agora, não terminaram nem a votação do refinanciamento das dívidas dos Estados, não começaram sequer a discutir o teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência não tem prazo para entrar na pauta.
Parou tudo, à espera do final da novela.
Esta semana, o governo interino deve enviar ao Congresso o orçamento para 2017, prevendo o aumento de impostos. Quando será votado, ninguém sabe.
Por enquanto, em vez de cortar gastos para fazer o ajuste fiscal, só aumentou as despesas para atender às demandas das corporações do funcionalismo público, a começar pelos aumentos do Judiciário, que o Senado deve votar nos próximos dias.
Em setembro, como já escrevi aqui, 2016 poderia finalmente começar, mas como as eleições municipais só acontecem em outubro, muito provavelmente o Brasil vá ter que esperar mais um pouco. Quem sabe, até 2017, após o recesso de fim de ano.
Vida que segue.
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