segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

TUCANOS DE SP EXPORTARAM O PCC


"A melhor maneira de acabar com a droga é fechar o Denarc" 

Governo de SP 'exportou' PCC para outros Estados ao transferir presos

Por Rogério Gentile

A organização criminosa PCC surgiu em 1993 num presídio de segurança máxima de Taubaté, no 
interior paulista. Cerca de 23 anos depois, possui ramificações em todos os Estados brasileiros, com 
mais ou menos força.
O crescimento espantoso possui várias explicações, mas não há como ignorar o fato de que ele foi 
facilitado por uma polêmica política de transferência de presos perigosos. São Paulo exportou o PCC 
para outras regiões do país.
Segundo o Ministério Público de SP, em outubro de 2014, a facção tinha cerca de 10 mil criminosos 
afiliados, 26% deles fora do Estado. Hoje, quando trava uma guerra com outras quadrilhas para 
dominar rotas e monopolizar o tráfico de drogas no país, possui cerca de 21,5 mil "batizados", 64% 
deles para além da fronteira original.
Os dados são naturalmente imprecisos, dada a óbvia dificuldade para apurá-los, mas incontáveis 
escutas telefônicas mostram a intenção estratégica da facção de se espalhar pelas cinco regiões do 
Brasil –o PCC já "batizou" cerca de 3,5% da população carcerária, calculada em torno de 607 mil 
pessoas. Parece pouco, mas é quase o número total de funcionários da Volkswagen no Brasil.
MIGRAÇÃO
O início do processo de migração do PCC, no entanto, foi estimulado irrefletidamente pelo governo 
paulista que, na tentativa de desarticular o movimento que ganhava força nos presídios do Estado, 
transferiu em 1998 os seus cabeças para o Paraná, numa operação cercada de discrição. "O efeito foi 
o contrário", diz o promotor Lincoln Gakiya, que atua na região Oeste do Estado.
José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, estavam entre os 
transferidos.
Fundadores do "partido do crime", Geleião e Cesinha incentivaram a criação do Primeiro Comando 
do Paraná, que logo mostrou sua face com três rebeliões. Atualmente, o Estado é um dos mais 
importantes braços da organização.
Marcola, o principal chefe da facção, assim como outros "capos", também passeou bastante pelos 
presídios do país. Esteve no RS, em DF, GO, MG, circulando por várias penitenciárias e 
disseminando a cartilha do PCC. Em Brasília, por exemplo, criou o PLD (Partido Liberdade e 
Direito), nome bonito para uma associação que chegou a carbonizar detentos inimigos durante 
rebeliões.
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O PCC é uma das obras monumentais dos 34 anos de domínio da facção PSDB sobre a Província de 
São Paulo.
Além de exportar o PCC para o resto da América do Sul - onde se materializará o "imperialismo 
brasileiro através da droga", - os jênios tucanos realizaram, com a ajuda providencial da "teoria da 
dependência":
• fizeram um acordo com o Marcola na cadeia, para acabar com o controle do PCC sobre a cidade de 
São Paulo, em 2006, quando morreram 564, entre vítimas inocentes, criminosos e agentes da polícia 
que matavam criminosos e inocentes;
• proibiram os órgãos do PiG de chamar o PCC de PCC e, sim, de "organização criminosa", o que 
deixa o espectador da Globo em dúvida: trata-se do PCC ou do PSDB de São Paulo?;
• construíram na "Polícia" um Departamento de Combate à Droga, Denarc, que se imortalizou com a 
frase do traficante colombiano Abadia: "se quiser acabar com o tráfico, tem que fechar o Denarc".

PHA


Policiais contam cabeças que ainda estão em cima do pescoço - Foto de Frankie 
Marcone/Futura Press

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